Em várias vertentes da Umbanda, Exu Lúcifer é o Senhor de todos os Exus, conhecido também como Exu Maioral, sendo sua incorporação muito rara. Tem como missão manter a ordem e o equilíbrio do comportamento e das paixões humanas, suas mazelas, ambições e egoísmo. O mensageiro da luz, que libertou o ser humano da ignorância através do fruto do conhecimento (aqui, podemos citar a serpente que induz Eva a provar da maçã e assim fazê-los sair da condição primata e ignorante, para a busca do próprio sustento através do trabalho e do autoconhecimento). Em outro momento, é Lúcifer que vem refazer a aliança da humanidade com Deus, através do messias, Nosso Senhor Jesus Cristo, livrando os seres humanos do pecado e mostrando o caminho da redenção.
Se Deus, como está em escritos sagrados, é “criador de tudo e de todos”, “onisciente”, “onipresente” e “onipotente”, como se explica existir, ao mesmo tempo, um diabo?(Alexandre Cumino). Partindo deste princípio, fica difícil admitir a ideia de um “ser do mal” tão poderoso quanto o Criador. Pesquisando e lendo muito a respeito, vamos descobrindo que na realidade, o ser humano sempre teve dificuldade para entender a dualidade entre o bem e o mal. Por outro lado, líderes de várias religiões monoteístas, tinham que de alguma forma arrebanhar fiéis a todo custo. Nada mais eficaz do que “criar” um “ser do mal”, que castiga e leva para o inferno, os pecadores. Deu certo! Por séculos, a ideia do diabo foi sendo incutida em nossas mentes por gerações e assim criando um inconsciente coletivo que até os dias de hoje persiste. Vale ressaltar, que a ideia do bem e do mal nos povos antigos é bem diferente da nossa, o que, com certeza, gerou interpretações equivocadas. O Imperador romano Constantino, no exercício do seu poder, começou a permitir manifestações de seitas monoteístas (crença num único deus), o que até então, era proibido nos limites do Império Romano . Isso fortaleceu essas seitas, que já vinham se espalhando por todo Império. Logo, tomaram forma, se organizaram e séculos depois surge o cristianismo ( Lembramos aqui, que Jesus Cristo não era cristão, e sim, judeu). Desde então, toda e qualquer culto as entidades e divindades, até então cultuadas e respeitadas, foram demonizadas pelos monoteístas e cristãos. Para finalizar, façamos uma reflexão sobre esta passagem bíblica: “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal” (Gênesis 3:22)
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