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BEM-VINDO, AGOSTO!


O mês de agosto é cercado de crendices, que o faz ser considerado o “mês do desgosto”. Uma superstição que vem de muito longe e se perpetua até hoje. Mas, qual seria o fundamento dessa má fama?

De acordo com pesquisadores, há várias explicações para essa crendice, que por sinal, não existe só aqui no Brasil. No século 1 d.c., os antigos romanos acreditavam que no mês de agosto, surgia um terrível dragão no céu, que cuspia fogo, apavorando todo reino, durante a noite. Eles acreditavam ser esse dragão o filho de Daenerys Targaryen. Na verdade, nada mais era do que a constelação de Leão, que fica muito mais visível nesse período do ano. Principalmente, considerando que àquela época, não havia iluminação artificial, o que dava uma visão muito maior do que nos dias atuais.

Na Idade Média, é sabido das grandes epidemias e pestes, que varreram comunidades inteiras, exatamente no mês de agosto. Não por acaso, São Lázaro é homenageado pelos católicos neste mês, por ser ele o santo que traz a cura.

Já em Portugal, na época dos descobrimentos, a rima “agosto é o mês do desgosto”, surge originalmente como “casar em agosto traz desgosto”. Isso porquê as caravelas costumavam partir para o Novo Mundo nessa época. Logo, as mulheres que se casavam nesse mês, acabavam não fazendo lua-de-mel e as noivas corriam o risco de ficarem viúvas, antes mesmo de desfrutarem dos primeiros dias de casamento.

Sabe-se também que o mês de agosto, é um mês de maior incidência de cadelas no cio, causando uma polvorosa entre os cachorros, que brigavam loucamente entre si. Por consequência dessas brigas, acontecia a proliferação da raiva, quando os cães ficam espumando pela boca. Daí, surge também a crendice que o mês de agosto é o “mês do cachorro louco’.

Coincidência ou não, alguns acontecimentos históricos nada agradáveis, aconteceram no mês de agosto, aumentando ainda mais para que agosto levasse a fama de agourento. Em 02 de agosto de 1934, Hitler tornou-se líder da Alemanha – e sabemos bem no que resultou. Já em 06 e 09 de agosto de 1945, Hiroshima e Nagazaki foram atacadas pelas bombas atômicas, uma das maiores tragédias do século 20.

O Brasil não deixou também de dar sua contribuição para má fama do mês de agosto. No dia 24 de agosto de 1954, o então presidente Getúlio Vargas, cometeu suicídio. Já em 21 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou a presidência.

O MÊS DE AGOSTO NA UMBANDA


Desconstruindo todo esse pensamento negativo sobre o mês de agosto, os umbandistas entendem esse período de 31 dias como um período de silêncio, introspecção, meditação e dedicação ao próximo. Um período propício para refletirmos sobre nossas atitudes e pensamentos: estamos felizes, onde estamos? Gostamos do nosso trabalho? Estamos tratando bem as pessoas à nossa volta? Estamos, de fato, sendo úteis para a evolução da humanidade? ...

O mês de agosto é consagrado ao Orixá Omulu, o rei da terra, o médico dos pobres. Aquele que nos sustenta, alivia e consola.

Para nós umbandistas, o mês de agosto é um mês de grandes oportunidades para a melhoria de nossas vidas no campo espiritual e material. É um mês de transformação, exatamente por isso, é regido pelo Pai Omulu, aquele que transforma, recupera, aviva. Neste mês, evocamos, saudamos e agradamos ao senhor dos quatro cantos do mundo, o Orixá da beleza interior.

Para nós umbandistas, o mês de agosto é o começo de um novo tempo, deixando pra trás nossas angustias, medos, inseguranças e dúvidas.

Que saibamos, através da nossa dedicação e fé ao Pai Omolu, entender e vivenciar o despertar da nossa verdadeira essência.

Seja bem-vindo agosto! Que nos chegue com as bênçãos da prosperidade, da luz e da alegria!!

Que seja a gosto de Deus!

Que seja a gosto de Pai Omulu!


Datas comemorativas de agosto:

  • Dia do início da Semana da Cultura Nordestina (02 de agosto);

  • Dia do Capoeirista (03 de agosto);

  • Dia da Campanha Educativa de Combate ao Câncer (04 de agosto);

  • Dia Nacional da Saúde (05 de agosto);

  • Dia Nacional dos Profissionais da Educação (06 de agosto);

  • Dia Estadual da “Lei Maria da Penha” (07 de agosto);

  • Dia Internacional dos Povos Indígenas (09 de agosto);

  • Dia do Estudante (11 de agosto);

  • Dia Internacional da Juventude (12 de agosto);

  • Dia Nacional das Artes (12 de agosto);

  • Dia dos Pais (13 de agosto);

  • Dia do Psiquiatra (13 de agosto)

  • Dia do Cardiologista (14 de agosto);

  • Dia dos Solteiros (15 de agosto);

  • Dia do Filósofo (16 de agosto);

  • Dia Mundial da Fotografia (19 de agosto);

  • Dia do Artista de Teatro (19 de agosto);

  • Dia do Folclore (22 de agosto);

  • Dia de São Bartolomeu (24 de agosto);

  • Dia Internacional da Igualdade da Mulher (26 de agosto);

  • Dia Nacional do Combate do Fumo (29 de agosto);


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SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

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