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2024: O ANO DO ACERTO DE CONTAS

Foto do escritor: Luiz de MirandaLuiz de Miranda
CENÁRIO PARA 2024

OMOLU – EXU - IANSÃ

        Diferente do ano que vai se despedindo, um ano regido por Iemanjá, onde a emoção foi o ponto alto para que pudéssemos adquirir mais segurança e maturidade emocional; o ano de 2024 vem nos cobrando esse amadurecimento e maturidade, ou seja: o resultado de todo nosso empenho na busca do autoconhecimento e da prosperidade. É o ano da colheita, do acerto de contas: quem deve, paga. Quem merece, recebe. Afinal, o ano de 2024 é um ano regido pelo Orixá Omolu/Obaluaiê, o Senhor da terra, do carma, da cura das feridas e dores da alma, aquele que ensina que todo efeito tem uma causa. Encontrando a causa, nos curamos dos traumas e vencemos as dificuldades. Esse ano de 2024 é exatamente isso: vencer as dificuldades e investir na evolução espiritual e material.

        Diferente do ano de Iemanjá, o ano de Omolu chama mais a nossa atenção para o campo racional, onde não devemos exagerar nas emoções; aprimorando o senso de realidade, investindo mais no trabalho, nas nossas verdades internas, enfrentando nossos medos, e nas realizações pessoais, com o compromisso de resolver pendências de toda ordem.

        Sendo o ano do Senhor do espelho que não vê, tudo aquilo que estava escondido e precisa ser revelado, o será: traumas, mágoas, ressentimentos... emoções e sentimentos que falarão sobre nós mesmos e sobre como lidar com o outro. Assim, acontecerá um ano de curas e transformações positivas.

        Orixá Exu também terá forte influência no ano de 2024, provocando desafios que vão exigir de cada um de nós paciência e perspicácia, para que então possamos realizar grandes projetos.

        Exu por ser o mensageiro dos homens e dos Orixás, favorecerá a comunicação, provocando conversas acaloradas e ânimos exaltados. No entanto, mostrando ao memo tempo o limite de cada um. Isso será incrível esse ano: o conhecer dos nossos limites.

        Senhor das encruzilhadas, Exu alerta para um ano quente. No entanto, nos chama a atenção para o Carnaval, que tudo indica, será um período mais violento do que no ano passado. Mas isso poderá mudar, com a intervenção de Iansã, comandando tempestades e chuvas torrenciais com o intuito de abrandar os ânimos, que estarão excessivamente exaltados.

        Exu está nas ruas, nos mercados, no comércio de ambulantes, na porta dos bancos, dos supermercados. Exu está onde há movimento. Exu é o movimento.

 

Cores do ano: rosa, salmão claro, vermelho, pêssego, tons de azul claro.


Pedra do ano: sodalita: traz benefícios para seu psicológico fortalecendo a mente, acalmando as emoções, ajuda no equilíbrio emocional, ativa o pensamento lógico, a inteligência e afasta medos e ilusões. Para pessoas hipersensíveis, a Sodalita estabiliza o poder mental, permitindo a mudança do emocional para o racional.

Para energizar essa pedra: lave-a em água corrente, esfregando um pouco de sal grosso. Depois, coloque-a num pires e deixe pegar a luz do sol nos primeiros horários da manhã, até as 9h. Recolha-a consigo. Quando for uma noite de luz cheia, deixe que a pedra receba a luz dessa fase da lua, por toa noite.

 

Oração do ano: “Minhas emoções e sentimentos estão em perfeita harmonia com meu racional, direcionando minha vida para os caminhos da prosperidade.”

 

Os filhos dos Orixás e o ano de 2024:

 

Filhos de Omolu/Obaluaiê: possibilidades de mudanças positivas na área profissional, com melhoria de salário ou nova oportunidade de emprego. No amor, períodos de instabilidade que podem favorecer ou finalizar o relacionamento. Dar atenção especial ao fígado, e tomar cuidado com objetos cortantes. Ano bom!

Banhos e chás da erva Picão da praia, vão trazer boas energias.

 

Filhos de Iemanjá: ano bom, favorecendo positividade em todas as áreas. Dar atenção especial a circulação do sangue e tomar cuidado com alergias. Banhos de Pata de vaca e chás de Sete sangrias, trarão muita proteção durante o ano. Tomar cuidado para evitar acidentes domésticos e descargas elétricas.

 

Filhos de Oxum: ano que favorece novas condições para melhoria financeira. No campo do amor, se está casada, tudo tende a correr bem. Se solteira, ano que favorece conhecer alguém mais velho (a). Na saúde, sempre prestar atenção no aparelho digestivo e circulação. Banhos e chás da erva Colônia.

 

Filhos de iansã: ano de revelações no campo das amizades e relacionamentos sociais. No trabalho, mudanças e oportunidades positivas. Ano com fortes possibilidades de ser muito positivo. Na saúde, dar atenção a pressão arterial e aparelho digestivo. Banhos de folhas de bambu e chás de ypê roxo.

 

Filhas de Nanã: ano de fortalecimento de laços de amizades e profissionais. No amor, se casada, tudo tende a ser bom e equilibrado. Se solteira, ano ainda com certa dificuldade. Na saúde, evitar excesso de carne vermelha e vigiar o ácido úrico. Banhos e chás de bardana. Tomar cuidado para evitar acidentes domésticos.

 

Filhos de Ogum: tende a ser um ano muito bom em todas as áreas. Na saúde, vigiar o fígado. Tomar cuidado com objetos cortantes e descargas elétricas. Banhos e chás de losna.

 

Filhos de Oxóssi: ano que tende a ser muito bom em todas as áreas. Pendências estarão sendo resolvidas. Caminhos abertos para novos investimentos. Na saúde, prestar atenção nos seus limites, evitando esforços exagerados. Banhos e chás de folha de goiaba.

 

Filhos de Xangô: ano que chama a atenção para relacionamentos que geram desconfiança ou desconforto. Nos negócios, pede-se cautela e segurança para investir em novos projetos. Tudo pode ser muito bom ou muito ruim, daí a necessidade da cautela e dos cuidados. Ano dúbio. Na saúde, banhos e chás de quebra-pedra trarão segurança e proteção.

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Sueli Silva
Sueli Silva
Dec 15, 2023

Meu Pai, muito obrigada pelo empenho em nos orientar cada vez melhor. Muita luz em sua coroa!

#Gratidão

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SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

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