Mãe Nanã Burukú – “Senhora dos Mangues”, tida como a mais velha dos orixás da Umbanda – é a face da maturidade plena do sagrado feminino na religião umbandista.
A orixá Nanã é a face mais madura das iabás da Umbanda (orixás femininas).
Enquanto Oxum é caracterizada como a mulher mais jovem, seguida de Iemanjá que representa a fase reprodutiva; Mãe Nanã é a representação da mulher no início da menopausa até a maturidade plena – a sábia anciã que cumpriu uma jornada de conhecimento e prepara-se para a passagem reencarnatória.
Mãe Nanã – Senhora da vida e da morte
Nanã situa-se entre os portais da vida e da morte, pois; fornece a matéria prima para a “confecção da vida” (o barro primordial), ao mesmo tempo que prepara os espíritos para o desencarne, abrandando a memória para que reencarnem, sem a lembrança das vidas passadas.
O propósito de cultuar Mãe Nanã:
Quando cultuamos Nanã Buruquê estamos buscando o axé e a força de uma orixá de grande sabedoria acumulada pela vivência dos anos, que nos ensina a lançar um olhar para dentro de si, buscando desacelerar, diminuir o ritmo de atividades, e assim apurar o nosso espírito, visando aperfeiçoá-lo.
Função decantadora: vovó Nanã nos convida a fazer uma análise profunda de nossas atitudes, de nossos traumas, de tudo aquilo que é, ou foi indigesto, em algum momento de nossas vidas, e decantá-los.
Decantar no sentido de adormecer, superar aquilo que é passado e não pode mover o presente ou ser a base do futuro.
O culto a Mãe Nanã nos ensina decantar, a superar e desprender dos rancores, das mágoas, nos livrar das atitudes tempestivas e impensadas, abrandar a fúria que nos assombra em certos momentos, e descartar o ódio e as vinganças fúteis.
Nanã nos remete ao que é essencial, ela aconselha a descartar o “peso que se carrega nas costas” para ter uma vida mais leve e equilibrada.
Aceitação da maturidade e envelhecimento:
O culto a Mãe Buruquê nos ajuda na aceitação do envelhecimento, na compreensão de que a da juventude e vigor que vivemos certa vez não serão parte de nossa vida sempre, e; que devemos fazer uma adaptação ao novo modo de viver com maturidade, para atravessar essa fase com qualidade de vida
PUBLICADO EM 24 DE JULHO DE 2020 POR GLAUCIA CARVALHO
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