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OGUM: SENHOR DOS LIMITES E DA ORDEM

Foto do escritor: Luiz de MirandaLuiz de Miranda
Ferramente do Orixá Ogum, confeccionada em ferro

De acordo com alguns itans, Ogum foi o primeiro Orixá a descer para o ayê (Terra), e isso se deve ao fato de ser Ele, o senhor dos limites. É Ogum quem impõe os limites, a ordem a disciplina. Sem Ogum, o mundo seria uma total desordem.

         É Ogum quem traz para a humanidade a descoberta da forja, proporcionando um grande avanço tecnológico, que favoreceu o aumento nos plantios e consequentemente, maiores colheitas. Salvando assim, a humanidade da fome.

         Tudo que é novidade, está relacionado a Ogum.

         Ogum como Senhor dos limites, se faz presente em todas as Linhas de trabalho na Umbanda:

         Entre a praia e o mar, encontramos Ogum Beira Mar

         Na formação das ondas, encontramos Ogum 7 Ondas

         Nos limites das campinas com a floresta, encontramos Ogum Matinata

         Nas trilhas abertas nas matas, encontramos Ogum Rompe Mato

         Nos limites entre aos rios e as matas, nos deparamos com Ogum Iara

         Nos limites dos sete caminhos da humanidade: conhecimento, trabalho, família, lazer, fé, amor e gratidão. E também nas Sete Linhas de Umbanda, encontramos Ogum Sete Espadas.

         No portão do cemitério, onde nos deparamos com o limite da vida e da morte, encontramos Ogum Megê.

         Ogum Dilê ou Ogum de Lei, é considerado o mais velho de todos os Oguns. Aquele que está nos limites dos portões da Aruanda, para avaliar o comportamento dos que deixaram o ayê (Terra), e assim, autorizar, ou não, sua entrada na cidade sagrada.

         Alguns Terreiros consideram esse Ogum, ligado ao Orixá Xangô. Exercendo o limite entre o julgamento e o veredicto de um processo.

 

         Existem outras qualidades do Orixá Ogum na Umbanda. Aqui, decorremos sobre as mais conhecidas.

 

AS QUALIDADES DE OGUM E A PERSONALIDADE DE SEUS FILHOS

(Retirado do Livro Os Orixás e a Personalidade Humana de Mario Cesar Barcellos)

 

Ogum Megê e Sete Espadas: pessoas bravas e destemidas, dedicadas e corajosas, se empenham para alcançar seus objetivos. Algumas vezes confusas, mas agem às claras. Quando desafiadas, atacam sempre pela frente, numa avançada única e sempre de resultado positivo.

 

Ogum Matinata:  são pessoas dóceis, calmas, dedicadas à família. Talentosas e inteligentes, costumam ser grandes amigas. Donas de um exagerado sentimentalismo. Costumam usar da falsidade como tática de guerra, atacando seus adversários sempre pela retaguarda, não dando chance de defesa.

 

Ogum Beira Mar, Sete Ondas e Iara: costumam ser pessoas mais calmas, dóceis, um tanto lentos e emocionais, carinhosos e atenciosos. São estrategistas ao máximo. Amantes singelos, procuram sempre uma forma de agradar. Choram de forma mentirosa para alcançar o que querem ou para enganar um inimigo. São mestres na arte de ludibriar, atacando sempre pelos flancos.

 

Ogum Rompe Mato: pessoas geralmente corajosas, honestas, tipo monarca, de muita sorte. São hábeis e inteligentes e de muito fácil compreensão. Capazes de dar tudo de si quando amam. Quando irados, são muito perigosos, atacam por todos os lados. Não são falsos, mas semeiam a discórdia, a intriga; saem de perto e quando voltam, o fazem para exterminar e reinar. São egoístas e nervosos. Gostam de tudo na mão e bem feito.

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Gabriel Felipe Cândido dos Santos
Gabriel Felipe Cândido dos Santos
30 mai 2024

Oração forte de amarração e domínio. Nunca falha, porém cumpra o que prometeu a Lilith, seu pedido será realizado. Faça em último caso para amarrar a Pessoa amada*


Grande mãe Rainha Lilith, conceda que meu desejo seja realizado, que a partir deste momento, esta oração surta efeitos, enlouquecendo (S.M.) de paixão por mim(J.R.) porque ela já é apaixonada. Faça(S.M.) procurar urgente por mim. Pelo seu poder, faça ela me entregar o presente que tanto espero, que é o amor verdadeiro e fiel, ela sabe ela vai me chamar, pelo seu poder que assim seja. Que toda vez que ela for ao banheiro tomar banho e passar a mão em seu órgão sexual, ela se lembre de mim, e venha realizar…


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SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

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