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AS FAVAS DOS ORIXÁS: a certeza da posteridade.

Foto do escritor: Luiz de MirandaLuiz de Miranda

Atualizado: 5 de out. de 2024

Mostruário de favas consagradas aos Orixás

Símbolos de proteção e prosperidade, as favas são reconhecidas como a primeira dádiva dos Orixás: é através delas, que se fazem imortais. E todos aqueles que fazem bom uso das favas, garantem para si, todo poder da sua ancestralidade, adquirindo mais sabedoria e atraindo a prosperidade. Elas são o sol mineral, o embrião. Nos rituais, são usadas inteiras ou transformadas pó. Este pó, é considerado o sêmen, que por sua vez, representa a posteridade. Assoprado nos cantos do Terreiro ou da residência, atrai a fartura, a proteção e o axé do Orixá correspondente àquela fava. Sempre lembrando que nada muda em nossas vidas, se continuarmos com os mesmos pensamentos e atitudes. Nada prospera, se não houver de nossa parte, uma mudança de hábitos e costumes, para que, quando tocados pelo axé do Orixá, saibamos mantê-lo em ação nas nossas vidas.

As favas são as promessas cumpridas pelos Orixás: nada há de faltar para aqueles que zelam e protegem a natureza. São o sacrifício da morte, para que não falte a vida. São o prelúdio de um novo tempo, que devemos saber cuidar para nada de bom nos faltar.

Seguimos abaixo com alguns nomes de favas e seus respectivos Orixás:


ilustração da fava de Exu

Fava de Exu: usada em assentamentos para potencializar a força de proteção e encantamento do que está sendo feito.




foto da fava olho de Exu

Olho de Exu: também conhecida como olho de cabra. Usada tanto para Exu, como para Pombagira, no sentido de dar proteção e defender de trabalhos negativos.




Garra de Exu: também conhecida como unha de Pombagira, é usada em obrigações, assentamentos e oferendas. Ajuda muito no controle das emoções e protege contra falsidades e traições.


Fava de Ogum: usada em assentamentos e oferendas para o Orixá, potencializando as energias de proteção e axé. Usadas na porta da casa, afasta demandas.





Fava de Ogum (II): além das mesmas propriedades da acima, esta é mais usada em patuás e amacis para os filhos de Ogum.




Foto da pinha de Oxóssi

Fava de Oxóssi: também conhecida como pinha de Oxóssi, traz a prosperidade, a vitória através da estratégia, o bem querer. Usada em assentamentos, banhos e oferendas, tanto em pó como inteira.




Foto de sete favas de Oxóssi

Fava de Oxóssi (II): conhecida como ayò, traz prosperidade e potencializa os pedidos feitos ao Orixá, acelerando a realização desses pedidos. Estimula os sentimentos de coragem e determinação. Apazigua brigas e desentendimentos. Também usada em assentamentos, obrigações e banhos de abertura de caminhos.


foto de nove favas de Omolu

Fava de Omolu: fava que traz equilíbrio emocional e material, afasta energias ligadas às doenças do corpo e da alma. Traz bom ânimo e disposição. Usa-se em banhos, assentamentos e oferendas.



Foto de sete favas de Obaluaiê

Fava de Omolu (II): esta fava, pode ser usada em conjunto com a de cima, potencializando o axé do Orixá. Seu uso é mais frequente nas obrigações e assentamentos da forma mais jovem do Orixá, trazendo condições para modificar situações ruins e equilibrar as emoções psicoemocionais. Traz alegria e boa disposição.


Favas de Xangô numa escultura de madeira em formato de mão

Fava de Xangô: originária de uma árvore considerada sagrada na África, a fava de Xangô, conhecida como alibé, traz prosperidade para os negócios, proteção contra demandas e inveja, ajuda em processos judiciais, afasta mazelas e quizilas. Usada em banhos, assentamentos e oferendas.




Fotografia da fava de Iemanjá

Fava de Iemanjá: conhecida como Ègboyia, pode ser usada por qualquer filho de Orixá, considerando o fato de Iemanjá ser a Mãe de todos os oris. Esta fava é considerada uma comida, e é servida ao Orixá devidamente preparada com cebola, camarão seco, azeite de dendê ou de oliva e milho branco (canjica). Envolta no algodão , por conta da fragilidade da fava, e também uma maneira de representar o amor de Oxalá por Iemanjá. quando retirado este algodão, deve ser entregue na terra. Pode ainda , em rituais de fortalecimento do ori, ser umedecido com banha de ori e a fava triturada; colocada então no alto da cabeça.


Foto ilustrativa da fava de Oxum

Fava da Oxum: também conhecida como Fava do amor, usada para banhos e oferendas à Orixá das águas doces, para trazer prosperidade e proteção contra energias negativas. Em oferendas para o amor, é usada em forma de pó e assoprada sobre a obrigação.




Foto ilustrativa de um tipo da Fava de Oxum

Fava de Oxum (II): mesmas propriedades e uso da anterior.






Foto ilustrativa da Fava de Iansã

Fava de Iansã: além do seu uso em oferendas e amacis, também se faz o uso em banhos de descarrego. Protege contra inveja, desânimo e depressão. Para saber se uma pessoa está sendo verdadeira com você, assopre o pó desta fava pelas costas da pessoa. Ou ainda, escreva o nome da pessoa, coloque fogo, junte as cinzas do papel com o pó da fava e assopre a favor do vento, pedindo a Iansã que te revele o verdadeiro sentimento daquela pessoa, em relação a você.


Foto ilustrativa da Fava de Iansã

Fava de Iansã (II): mesmas propriedades e uso da primeira.






Foto ilustrativa da Fava de Iansã

Fava de Iansã (III): também conhecida como flor de Iansã. Mesmas propriedades e uso da primeira.







Foto ilustrativa da Fava de Nanã

Fava de Nanã Buruquê: muito utilizada por mulheres que desejam engravidar: tanto em banhos, como em pó carregada em patuás. Tem também como finalidade afastar a morte mandada, resolver questões financeiras, desfazer trabalhos de magia negativa e ajudar a ter êxito em provas escolares e concurso público.

Em forma de pó, misturada a pemba branca devidamente consagrada a Nanã, usa-se para amansar pessoas.




Foto ilustrativa da Fava de Nanã roxa

Fava de Nanã, roxa: mesmas utilidades da acima.










Foto ilustrativa Favas de Nanã

Fava de Nanã (III): mesmas utilidades.













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SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

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