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A INVEJA

Foto do escritor: Luiz de MirandaLuiz de Miranda


É muito comum ouvirmos pessoas dizendo que são vítimas de invejosos. Que tudo que constroem acaba por desmoronar, por conta, dizem eles, da inveja de seus semelhantes.

É grande o número de consulentes que busca ajuda das Entidades de Umbanda, sempre se colocando na condição de invejados. E quando ouvem que não há inveja alguma, saem muito decepcionados do Terreiro. Essas pessoas, na realidade, não querem enxergar a verdadeira raiz dos seus fracassos. Preferem culpar alguém, e principalmente, aos invejosos.

A inveja é um sentimento extremamente negativo e de grande poder de destruição. No entanto, esse poder é ainda maior, quando tal sentimento mora em si mesmo. Será mesmo que somos tão invejados? Ou estaríamos sendo presa fácil da nossa baixa autoestima? Presta atenção: pra inveja te alcançar a tal ponto de te destruir, é sinal que você não está fazendo o que realmente gosta, não está trabalhando no que gosta, não está se relacionando com quem gosta, não usa as roupas que gostaria de usar, e principalmente, o pior de tudo, não acredita que pode ser próspero, feliz e amado. Um dos remédios mais eficazes contra a inveja é o exercício da autoestima. Acreditar que você nasceu com todas as oportunidades para alcançar sua felicidade, que você é livre pra fazer suas escolhas, que sua luta é o caminho para sua ascensão, e o mais importante: se o outro está num lugar melhor que o seu, é porque merece, fez por onde, acreditou em si mesmo, não desistiu perante as críticas e obstáculos. Cuidado! Quando o sucesso do outro te faz sentir-se menor ou injustiçado, você está invejando.

Quem é feliz de fato, ou seja, quem vive agradecendo pelo dom da vida e de suas oportunidades, que busca fazer da sua existência algo útil para a comunidade que pertence, jamais será afetado pela inveja; mesmo que ela exista. Devemos aprender que, ao nos destacarmos de alguma maneira no meio onde vivemos, vamos causar inveja. No entanto, este sentimento nefasto não será maior do que a admiração que seremos alvo. É isso: quando somos admirados, e principalmente, quando temos consciência do nosso valor e da importância do nosso trabalho; jamais seremos destruídos pela inveja.

O invejoso é aquela pessoa que pode estar sempre do seu lado só pra te criticar, pra debochar das suas conquistas, das suas ideias, do seu jeito de se vestir ou falar. O invejoso tem prazer em menosprezar, corrigir em público, te ridicularizar; são pessoas que não conhecem ou aceitam sua própria identidade, por isso, fazem questão de te colocar no mesmo nível; sentem prazer em tripudiar. Os invejosos se incomodam demais com seu brilho.

Observemos a mensagem de uma fábula sobre a inveja:

“Uma cobra deu para perseguir um vagalume, cuja única atividade era brilhar. Muito trabalho deu o animalzinho brilhante à insistente cobra, que não desistia de seu intento. Já exausto de tanto fugir e sem possuir mais forças o vagalume parou e disse à cobra: – Posso fazer três perguntas? Relutante a cobra respondeu: – Não costumo conversar com quem vou destruir, mas vou abrir um precedente. O vagalume então perguntou: – Pertenço à sua cadeia alimentar? – Não, respondeu a cobra. – Fiz algum mal a você-? – Não, continuou respondendo a cobra.- Então por que me persegue? – Perplexo, perguntou o brilhante inseto. A cobra respondeu: – Porque não suporto ver você brilhar, seu brilho me incomoda.



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SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

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