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ORIXÁS E ENTIDADES INCORPORAM EM IGREJAS?


Ao contrário do que muita gente pensa, no que diz respeito a incorporações de Entidades e Orixás em igrejas neo pentecostais, o que vemos na realidade, é a expressão clara de animismo (manifestação do próprio espírito da pessoa), catarse (prática utilizada para que a pessoa consiga exteriorizar uma perturbação psíquica) e na maioria das vezes, mistificação, com a única intenção de culpar algo ou alguém pelas mazelas de suas vidas e ainda, aí é fato, a incorporação de espíritos trevosos, atrasados e/ou zombeteiros.Não raro, são pessoas com graves problemas de autoestima, medo, solidão, vícios e remorsos. Sentimentos que tornam aquele ambiente, propício para todo tipo de manifestações descontroladas e agressivas. Os quiumbas (espíritos atrasados) e obsessores, por vezes, fazem a festa. Sim, espíritos de baixa vibração vibram com muita intensidade em ambientes onde sabem que serão o alvo das atenções. Quando assisto um depoimento de alguém que diz ter sido Pai ou Mãe de encosto, por vários anos, e que teve sua vida destruída, entendo perfeitamente. Afinal, se uma pessoa passou a vida servindo a encostos, posso imaginar que tipo de atendimento e trabalhos fazia para as pessoas que o procurava... a Lei do Retorno é implacável! E a Umbanda agradece seu depoimento. Até porque essa pessoa nunca foi Umbandista, ela pode ter sido, ou ser médiun, mas nunca Umbandista. Quanto aos drogados e os desajustados emocionalmente, acredito sim, que possam estar sendo vítimas de espíritos obsessores, mas nunca de Orixás e Entidades de Umbanda. E, que até encontrem nessas novas religiões evangélicas, um refúgio e até a cura para seus desequilíbrios. O que também acontece na Umbanda, tendo como diferença que, na Umbanda essa pessoa é orientada a reconhecer suas fraquezas e trabalhar para superá-las, praticando o exercício da caridade, do autoconhecimento, do perdão e principalmente do amor: armas infalíveis para vencer qualquer espírito trevoso, desajustes e vícios perniciosos. Não, você nunca verá num palco neo pentecostal, um Orixá ou uma Entidade de Umbanda, incorporados e acusados de fazerem mal a quem quer que seja. Já não posso garantir que, como Espíritos de luz que são, não o façam de forma sutil, para auxiliar aqueles, que imbuídos das mais sinceras e boas intenções, encontrem os caminhos do arrependimento e da redenção. Afinal, o que é o Espírito Santo, senão um Espírito de Luz e consequentemente, a manifestação do amor de Deus? Ou seria o mar, propriedade só daqueles que acreditam em Iemanjá? E as ervas medicinais, só nasceriam em terrenos de Umbandistas? Enfim... a Umbanda é o culto ao Livro Sagrado de Deus, aquele que Ele mesmo idealizou e realizou: a natureza! E com a natureza, aprendemos a esperar, cuidar, proteger, cultivar e respeitar, onde quer que estejamos. A Umbanda é a religião do amor, da tolerância, da compaixão, da caridade sem preço e de tudo aquilo que faz de cada umbandista, uma pessoa melhor, dia a dia. De outra maneira, não é Umbanda! A Umbanda é a religião que nos ensina o quanto somos frágeis perante as tentações do mundo e as nossas próprias imperfeições. Ao mesmo tempo, nos abraça através de seus Guias e Orixás, fazendo-nos perceber a grandeza infinita do amor de Deus por todos os seus filhos, sem distinção. A partir daí, entendemos que somos todos irmãos, que fazemos parte de uma só família , a Família de Deus!


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SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

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