top of page

QUEM NÃO PODE COM MANDINGA NÃO CARREGA PATUÁ

Foto do escritor: Luiz de MirandaLuiz de Miranda

Atualizado: 3 de nov. de 2022




Muitos, com certeza, já ouviram esse ditado. No entanto, poucos conhecem o seu verdadeiro sentido. Ou seja: de nada adianta você carregar um patuá devidamente cruzado por uma Entidade, se ainda teme pelo mal que alguém possa te desejar. É preciso entender que na Umbanda aprendemos a enfrentar o mal, e não a fugir dele. Até porquê o mal sempre vai estar à espreita, aguardando uma chance para nos atingir. Fugir dele é impossível. Preciso é, que descubramos onde ele está atuando, e vencê-lo. Assim, como em qualquer doença que nos afete, não temos como fugir das reações que provoca. Não adianta negá-la, é preciso enfrentá-la, seguindo as orientações dos médicos, que irão prescrever os medicamentos e dietas necessários para o nosso restabelecimento.

Ninguém está livre das energias do mal. Portanto, é preciso estar atento, vigiando seus pensamentos e atitudes. Nenhum mal sobrevive onde o bem impera. E, para atrair as forças do bem, nada se faz mais necessário do que se alimentar de bons pensamentos e praticar boas atitudes.

Uma pessoa honesta e sincera, que vive de acordo com o que fala e ensina, que expressa verdadeiramente seus sentimentos, estará sempre amparada pelo bem. O que não quer dizer, que estará livre do mal. Mas, terá condições para enfrentá-lo e vencê-lo.

Já, aquelas pessoas que vivem em função de agradar aos outros, na espera de recompensas; que negam através de atitudes dissimuladas, seu orgulho e vaidade, se sentirão sempre perseguidas pelas vibrações do mal.

Ao carregar um patuá, tenha a certeza de que está carregando um elemento que te fará mais forte e consciente da sua própria força, te abrindo um canal com a espiritualidade para seu autoconhecimento; que tudo precisa partir de você para que tudo à sua volta se mantenha em equilíbrio e harmonia.

Todo mundo gosta de se sentir protegido, mas poucos sabem se proteger. Se em algum momento você se sentir vítima de uma mandinga negativa, converse com teu Orixá, acenda sua vela, tome seu banho de ervas. Inspire e expire, na certeza de que o quê te alimenta é o bem que você faz. E, fazer o bem, é antes de tudo, estar com sua consciência tranquila, honrando seus compromissos, deveres e obrigações.

“Quem não pode com mandinga, não carrega patuá”: quem não tem coragem para enfrentar as adversidades, não está pronto para receber os distintivos da fé.

“O patuá tem raízes nas culturas e religiões de matrizes africanas. Tradicionalmente, são saquinhos que carregam a energia do axé e a força mágica do Orixá ou de qualquer outra entidade espiritual. Dependendo da finalidade do amuleto, pode conter diferentes componentes”.( https://www.selecoes.com.br/casa-decoracao/patua)


"Mandinga foi uma tribo escravizada que veio da Africa para o Brasil, e sofreu sincretismo de culturas islâmicas, e trouxeram ao a sua cultura o Alcorão, os mandingas traziam em seu pescoço um "saquinho" feito de couro com uma página do alcorão dentro(O chamado patuá). A pessoa que carregasse o patuá e se encontrassem com a tribo mandinga era questionada na língua nativa dos mandingas, se a pessoa não soubesse responder eles matavam, então daí o ditado original: "Quem não pode com os mandingas não carrega patuá".

(http://legidan.blogspot.com/2012/05/mandinga.html)

"



39 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating

SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

  • facebook-square
  • Twitter Square
  • Google Square
bottom of page