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A SÁLVIA E SEUS FUNDAMENTOS

Foto do escritor: Luiz de MirandaLuiz de Miranda

Para os índios era sagrada, para os árabes é considerada a planta da imortalidade. A sálvia branca e a salva comum são duas variantes de uma planta que parece ter estranhos poderes mágicos.

...de vez em quando é aconselhável fazer um ritual de limpeza, que traga boas energias para o ambiente e anule as energias negativas. Um dos métodos mais eficazes de o fazer consiste em queimar sálvia branca, uma planta usada pelos índios norte-americanos nos seus rituais de purificação, considerada sagrada devido aos extraordinários poderes que lhe atribuíam.

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O nome salva ou sálvia deriva do latim salus, que significa "saúde" e salvea, que significa "salvação".

Os índios usavam a sálvia branca, considerada sagrada, para afastar os maus espíritos e as energias negativas, assim como para atrair a saúde, a prosperidade e a proteção. Como acreditam que cada planta possui uma centelha do espírito do criador, acreditam que a sálvia branca tem um "espírito" dedicado a atrair proteção, bênçãos e clareza mental. Em alguns rituais, atiravam um ramo de sálvia branca para o lume para purificar o próprio fogo.

Desde as civilizações antigas que a salva comum é usada pelas suas reconhecidas propriedades curativas, sendo reconhecidos os seus efeitos como antibiótico, antifúngico, antiespasmódico, entre outros, e por isso é um componente usado em vários medicamentos.

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Na Idade Média reinava a crença que mastigar três folhinhas de salva logo de manhã afastava os maus espíritos e trazia sorte.

Esta planta é de tal modo importante em várias culturas que foram feitos estudos científicos recentes, através dos quais se chegou à conclusão que queimar salva ajuda a eliminar cerca de 94% das bactérias existentes no ar, sendo seguro fazê-lo mesmo num ambiente onde haja crianças ou animais de estimação (sendo que, claro está, ninguém deve inalar diretamente o fumo).


Como usar a salva e a sálvia branca para defumação?

Pode adquirir salva já seca ou pode tê-la plantada e colhê-la ainda verde para que, depois de seca, possa prender um ramo com fio de forma a fazer uma espécie de "tocha".

Deita-se fogo às extremidades das folhas e apaga-se logo em seguida. Percorre-se toda a casa para que o fumo entre em todas as divisões, com especial cuidado se usar uma tocha. Embora este seja o método tradicional, pode também colocar salva seca ou sálvia branca num queimador, deitar-lhe fogo, e proceder à limpeza energética de sua casa de uma forma mais segura e cômoda. Desta forma, estará a purificar as energias do espaço onde vive, ao mesmo tempo que elimina bactérias sem recorrer a produtos químicos.

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A salva e a sálvia branca têm o poder de equilibrar a sua energia pessoal, elevando-a quando se sente mais pra baixo. Por isso, queimar salva ao chegar à casa depois de um dia especialmente cansativo pode trazer-lhe resultados bastante benéficos.

Se tiver algumas folhas de salva fresca pode simplesmente esfregá-las entre os seus dedos, e irá libertar-se um aroma purificador, que o ajudará a ter mais clareza mental e a libertar a sua mente de pensamentos negativos.

Queimar esta planta ajuda a pessoa a libertar-se de velhos padrões de comportamento.

Expresse a intenção com que está a usá-la. Devido ao seu forte poder de limpeza e purificação, é importante que honre devidamente esta planta e que, enquanto defuma a sua casa, ou o seu próprio campo energético, com ela, expresse manifestamente aquilo que está a fazer, dizendo por exemplo: "Estou a limpar a minha casa de todas as energias que não me fazem bem, e que são agora enviadas para a luz divina. A energia do bem e do amor reinam agora neste lugar. Este é o meu lugar sagrado, e apenas o bem permanece aqui."

Erva consagrada a Oxalá, Nanã Buruquê e Omolu

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SUA FÉ É RESPEITADA?

          No ano de 1990, meses antes de perder sua irmã de 29 anos de idade para um adenocarcinoma no mediastino, o Pai no Santo passa por uma experiência extremamente desagradável e revoltante, que bem retrata o racismo religioso no Brasil. Isso aconteceu no Iaserj, um hospital para os servidores do Estado do Rio de Janeiro. Era por volta das dezesseis horas. Enquanto acompanhante da irmã, ele decide ir tomar café num bar próximo ao hospital e retorna vinte minutos depois. Tempo que foi suficiente para um pastor entrar no quarto e oferecer uma oração. Voltando então do seu café, ele encontra a irmã que já vinha extremamente debilitada por conta da doença, agora, com semblante ainda mais triste e constrangido. Ele então procura levar palavras de consolo e ânimo, ao que ela responde: “_ Meu irmão, por favor, não quero que esse tipo de religioso venha fazer oração pra mim.” Ele de imediato, pergunta:  “_ O que houve?” Ela então relata o ocorrido: “_ Quando você saiu para tomar seu café, um homem de terno se apresentou como pastor da igreja universal e me perguntou se podia fazer uma oração pra mim, Como ele parecia ser uma boa pessoa e foi muito educado, eu disse que sim. Ele fez a oração, pediu pela minha saúde, e em seguida me perguntou se eu aceitava Jesus Cristo como salvador, e eu respondi que sim. Ele então disse que a partir daquele momento eu estava curada. Só que ele então perguntou qual era minha religião, o que eu respondi, que era espírita. Então ele me disse que eu teria que renegar minha religião. Eu disse que não, jamais iria renegar minha fé. Daí ele falou que infelizmente o câncer voltaria e me levaria pros braços da morte. Eu disse a ele que preferia morrer, a ter que conviver com cristãos como ele. Não quero irmão, não quero esse tipo de gente fazendo oração pra mim.”

            Em outra ocasião, anos depois, o racismo e a intolerância religiosa voltam a atacar o Pai no Santo. Dessa vez, no Hospital Regional Darci Vargas, em Rio Bonito. Indo visitar um Filho de Santo na Unidade Intensiva, o Pai no Santo se depara com uma senhora que estava ao lado do leito de seu filho perguntando se podia fazer uma oração. Como o doente estava sob efeito de fortes medicamentos, não tinha condições de responder; o que fez com que a mulher iniciasse a sua oração. Em voz alta e de tom feroz, ela dizia: “ _ Em nome do Senhor Jesus eu expulso os demônios de Pombagira, Exu, Ogum e todos os demônios dos tambores, das encruzilhadas... .” quando então foi interrompida pelo Pai de Santo; gerando na mulher um comportamento agressivo e ameaçador. Dizia ela, agora em tom mais elevado de voz: “_ Você não pode querer calar a voz de uma ministra de Deus. Seus demônios serão jogados por terra... .” quando então o Pai no Santo pediu ao funcionário responsável pela vigilância da Unidade, que retirasse a mulher do ambiente. No que foi prontamente atendido.

            Esses são dois exemplos dos milhares de outros que acontecem todos os dias, atingindo seguidores das religiões de matriz afro-brasileira. E não é à toa, afinal, não faltam umbandistas que se silenciam diante de tais fatos, e como se não bastasse o silêncio, ainda permitem que seguidores de outras religiões lhes imponham sua fé como sendo superior as demais.

            O Umbandista de fato, sabe sua origem, conhece seus Santos, suas rezas, seus cantos e louvores. Não é de hoje que a Umbanda se livrou do peso do sincretismo, dos santos que nunca foram seus, dos ritos e rituais que nunca lhes pertenceram. O Umbandista de fato, sabe a quem recorrer nas horas de aflição e desespero, e não precisa que outro religioso venha em seu socorro para rezar ou orar. Sim, não precisa! Sabe por quê? Porque o Umbandista sabe que aquela pessoa não está oferecendo uma oração para aliviar teu sofrimento. De forma dissimulada, ela quer que o Umbandista negue sua religiosidade, abandone seus Guias e Orixás. Como pode uma pessoa que frequentemente está na igreja ouvindo e dando glórias a voz de um padre ou pastor, e que não mede palavras para demonizar a Umbanda, orar por quem é Umbandista? De que vale uma oração que sai da mesma boca que chama nossos Santos de demônios?

            O Umbandista de fato, sabe o poder de seus Santos, o sangue que derramaram, o suor sofrido e causticante ardendo na pele preta, o fogo impiedoso das fogueiras da inquisição, a lâmina cortante e afiada das guilhotinas. O Umbandista de fato, sabe que seus ancestrais e antepassados morreram para garantir a liberdade aos seus  descendentes. Trazidos à força e amontoados nos navios negreiros, chegam ao Brasil e são obrigados a se batizarem do lado de fora das Igrejas, porque de acordo com as interpretações bíblicas, o preto era um ser sem alma, amaldiçoado...

            Quando um Umbandista respeita outras manifestações religiosas, não quer dizer que ele tenha que se subjugar. Os Santos da Umbanda também têm suas histórias, sua cultura, suas bênçãos e seus poderes.

            Seu Orixá está vivo e pulsante em você. Não deixe que o matem!

                                                                                                   (Luiz de Miranda-Pai no Santo)

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